quarta-feira, abril 8

UMA ARTE DOS DIAS DE ONTEM PARA REVITALIZAR OS RECURSOS HUMANOS DE HOJE

"...os contos são verdadeiras obras de arte. São uma grande arte que pertence ao patrimônio cultural de toda a humanidade e representam a visão do mundo, as relações entre o homem e a natureza sob as formas estéticas mais acabadas; aquelas que provocam precisamente o maravilhoso."
Jean-Marie Gillig
Em meio à complexa tecnologia atual, nossos anseios procuram uma outra linguagem. Busca-se uma linguagem que nos alimente, que fortaleça nossas próprias imagens e que nos leve onde queremos chegar.
Os contos nos remetem a uma história de transformações quando são acolhidos pela compreensão do ser humano integral. As histórias carreiam um conhecimento sedimentado e acumulado por toda a humanidade.
Captar a essência das coisas acontece por diferentes maneiras e a mais comum é a evocação de imagens arquetípicas. Estas estão presentes nas ações das pessoas de qualquer lugar no mundo, fazendo parte daquilo que chamamos de "sabedoria primordial".
Contar histórias é a mais antiga e, paradoxalmente, a mais moderna forma de comunicação. Uma história pode tornar-se o foco de uma conversa e, suas imagens, uma maneira segura de tratar assuntos desconfortáveis. A história re-introduz o que é humano no ambiente dominado pelo impessoal, pautado pela crítica ou julgamento e a competição.Leia mais....


Ouvir uma história, contá-la e recontá-la durante muitos anos, foi a maneira de preservar os valores e a coesão de uma determinada comunidade. É o maravilhoso que consola a aridez dos caminhos que temos à frente, que alimenta a inspiração e abre o portal da intuição para soluções outras, àquelas velhas questões enferrujadas.
Ultimamente na Inglaterra, França, Estados Unidos e, em outros países, um público adulto, cada vez maior, das mais variadas profissões, está empenhado em resgatar este conhecimento milenar descobrindo um novo enfoque para sua profissão.
Nações e povos são em grande parte as histórias que nutrem a si mesmos. Se eles contam a si mesmos histórias que sejam mentiras, sofrerão as conseqüências futuras. Se contarem histórias que encaram suas próprias verdades, libertarão a sua Historia para florescimentos futuros.

Alda Luba
School of Storytelling, Emerson College, Inglaterra

http://www.sab.org.br/portal/artes/149-contar-historias-2



A Psicanálise dos Contos de Fadas


Lê contos de fadas às tuas crianças e oferece-lhes a magia e encantamento, para que elas possam sonhar...

A LUTA PELO SIGNIFICADO
Os que não encontram significado nas suas vidas perdem o gosto de viver e entram em depressão: a vida, para eles, perdeu o sabor, não possui o mínimo dos significados. Há todo um processo para a compreensão do significado da vida e que se inicia na mais tenra infância e não subitamente. A compreensão deste significado conduz-nos à maturidade psicológica.
Os pais, na sua grande maioria, exigem que as suas crianças pensem como eles pensam esquecendo-se de que este é um processo gradativo que se inicia na infância. É o mesmo que se exigir da criança que comande o crescimento do seu corpinho, imediatamente.
Uma das tarefas primordiais entregues aos pais é a de ajudar os seus filhos a encontrarem significados na vida
Com o seu desenvolvimento centrado no melhor entendimento de si mesma, a criança capacita-se para uma melhor compreensão em relação às pessoas e ao seu meio ambiente. A criança necessita, urgentemente, do PENSAMENTO MÁGICO contido nos "Contos de Fadas" que falam "dos problemas interiores dos seres humanos e sobre as soluções correctas para seus predicamentos em qualquer sociedade", diz um psicanalista especializado em crianças problemáticas.
"Os "Contos de Fadas" são significativos para a criança que ainda não consegue compreender o sentido dos conceitos éticos abstractos. Eles trazem mensagens à mente consciente, ao pré-consciente e ao inconsciente, em qualquer nível que a mente esteja funcionando no momento. Lidando com problemas humanos universais, particularmente os que preocupam o pensamento da criança, estas estórias falam ao ego em germinação e encorajam o seu desenvolvimento, enquanto aliviam as pressões pré-conscientes e inconscientes. À medida que as estórias se desenrolam, dão validade e corpo às pressões do id, mostrando caminhos para satisfaze-las e que estão de acordo com as requisições do ego e do superego". Dr. Bruno Bettelheim.
E o Dr. Bettelheim prossegue: "A mensagem dos “Contos de Fadas” transmite o seguinte recado às crianças e de uma forma múltipla: que uma luta contra dificuldades graves na vida é inevitável, é parte intrínseca da existência humana - mas que se a pessoa não se intimida mas se defronta de modo firme com as opressões inesperadas e muitas vezes injustas, ela dominará todos os obstáculos e, ao fim, emergirá vitoriosa".

A PERPLEXIDADE EXISTENCIAL
Aprendendo e sabendo o que acontece dentro do seu "eu inconsciente", quando vai enfrentar as "dores" do crescimento psicológico: decepções narcisistas, dilemas édipicos, rivalidades com os irmãos, dependências mantidas desde a tenra infância, a criança precisa se cercar dos sentimentos de auto-avaliação e de individualidade além de um sentido de obrigação moral. Como uma criança realizaria estas façanhas?
Através da sua fantasia, quando se perde nos seus devaneios a respeito do que disseram ao seu inconsciente os heróis da estórias de fadas. A criança irá adequar às pressões do seu inconsciente às suas fantasias conscientes o que irá capacita-la a lidar com todo este conteúdo.

A FORMA E A ESTRUTURA DOS CONTOS DE FADAS
reunião de fadasSão um factor importante por fornecerem à criança as bases onde estruturar os seus devaneios, de lhes fornecer também um melhor direccionamento à sua vida."Na criança e no adulto, o inconsciente é um determinante poderoso do comportamento".
Quando se consegue que a imaginação trabalhe o material fornecido pelo inconsciente, danos potenciais serão reduzidos e acontecem resultados muito positivos.
Passamos para os nossos filhos imagens muito distorcidas da realidade da vida, nós não lhes ensinamos que somos os únicos responsáveis pelos nossos fracassos ou insucessos. Nós lhes inculcamos a ideia de que todo o ser humano é bom e nenhum deles é agressivo, egoísta, sente raiva ou ansiedade e que estas são algumas das causas de muitos fracassos. A criança SABE muito bem que esta não é a verdade! Ouvindo os pais afirmarem a Bondade Universal e já conhecendo um pouco mais, a criança irá se sentir como se fosse, ela própria, um monstro fabricado pela natureza... ou que os seus pais mentem e que não pode confiar neles!
A criança tem que aprender que há um lado escuro em todo o ser humano. Freud criou a psicanálise, exactamente, "para capacitar o homem a aceitar a natureza problemática da vida sem ser derrotado por ela ou levado ao escapismo. Só lutando corajosamente contra o que parecem ser probabilidades sobrepujantes o homem pode ter sucesso e extrair um sentido da sua existência."
Os "Contos De Fadas" ajudam a criança a fazer a sua opção sobre quem ela quer ser e facilitam o desenvolvimento ulterior da sua personalidade que irá ser construída.

Foto: A Psicanálise dos Contos de Fadas Lê contos de fadas às tuas crianças e oferece-lhes a magia e encantamento, para que elas possam sonhar... A LUTA PELO SIGNIFICADO Os que não encontram significado nas suas vidas perdem o gosto de viver e entram em depressão: a vida, para eles, perdeu o sabor, não possui o mínimo dos significados. Há todo um processo para a compreensão do significado da vida e que se inicia na mais tenra infância e não subitamente. A compreensão deste significado conduz-nos à maturidade psicológica. Os pais, na sua grande maioria, exigem que as suas crianças pensem como eles pensam esquecendo-se de que este é um processo gradativo que se inicia na infância. É o mesmo que se exigir da criança que comande o crescimento do seu corpinho, imediatamente. Uma das tarefas primordiais entregues aos pais é a de ajudar os seus filhos a encontrarem significados na vida Com o seu desenvolvimento centrado no melhor entendimento de si mesma, a criança capacita-se para uma melhor compreensão em relação às pessoas e ao seu meio ambiente. A criança necessita, urgentemente, do PENSAMENTO MÁGICO contido nos "Contos de Fadas" que falam "dos problemas interiores dos seres humanos e sobre as soluções correctas para seus predicamentos em qualquer sociedade", diz um psicanalista especializado em crianças problemáticas. "Os "Contos de Fadas" são significativos para a criança que ainda não consegue compreender o sentido dos conceitos éticos abstractos. Eles trazem mensagens à mente consciente, ao pré-consciente e ao inconsciente, em qualquer nível que a mente esteja funcionando no momento. Lidando com problemas humanos universais, particularmente os que preocupam o pensamento da criança, estas estórias falam ao ego em germinação e encorajam o seu desenvolvimento, enquanto aliviam as pressões pré-conscientes e inconscientes. À medida que as estórias se desenrolam, dão validade e corpo às pressões do id, mostrando caminhos para satisfaze-las e que estão de acordo com as requisições do ego e do superego". Dr. Bruno Bettelheim. E o Dr. Bettelheim prossegue: "A mensagem dos “Contos de Fadas” transmite o seguinte recado às crianças e de uma forma múltipla: que uma luta contra dificuldades graves na vida é inevitável, é parte intrínseca da existência humana - mas que se a pessoa não se intimida mas se defronta de modo firme com as opressões inesperadas e muitas vezes injustas, ela dominará todos os obstáculos e, ao fim, emergirá vitoriosa". A PERPLEXIDADE EXISTENCIAL Aprendendo e sabendo o que acontece dentro do seu "eu inconsciente", quando vai enfrentar as "dores" do crescimento psicológico: decepções narcisistas, dilemas édipicos, rivalidades com os irmãos, dependências mantidas desde a tenra infância, a criança precisa se cercar dos sentimentos de auto-avaliação e de individualidade além de um sentido de obrigação moral. Como uma criança realizaria estas façanhas? Através da sua fantasia, quando se perde nos seus devaneios a respeito do que disseram ao seu inconsciente os heróis da estórias de fadas. A criança irá adequar às pressões do seu inconsciente às suas fantasias conscientes o que irá capacita-la a lidar com todo este conteúdo. A FORMA E A ESTRUTURA DOS CONTOS DE FADAS reunião de fadasSão um factor importante por fornecerem à criança as bases onde estruturar os seus devaneios, de lhes fornecer também um melhor direccionamento à sua vida."Na criança e no adulto, o inconsciente é um determinante poderoso do comportamento". Quando se consegue que a imaginação trabalhe o material fornecido pelo inconsciente, danos potenciais serão reduzidos e acontecem resultados muito positivos. Passamos para os nossos filhos imagens muito distorcidas da realidade da vida, nós não lhes ensinamos que somos os únicos responsáveis pelos nossos fracassos ou insucessos. Nós lhes inculcamos a ideia de que todo o ser humano é bom e nenhum deles é agressivo, egoísta, sente raiva ou ansiedade e que estas são algumas das causas de muitos fracassos. A criança SABE muito bem que esta não é a verdade! Ouvindo os pais afirmarem a Bondade Universal e já conhecendo um pouco mais, a criança irá se sentir como se fosse, ela própria, um monstro fabricado pela natureza... ou que os seus pais mentem e que não pode confiar neles! A criança tem que aprender que há um lado escuro em todo o ser humano. Freud criou a psicanálise, exactamente, "para capacitar o homem a aceitar a natureza problemática da vida sem ser derrotado por ela ou levado ao escapismo. Só lutando corajosamente contra o que parecem ser probabilidades sobrepujantes o homem pode ter sucesso e extrair um sentido da sua existência." Os "Contos De Fadas" ajudam a criança a fazer a sua opção sobre quem ela quer ser e facilitam o desenvolvimento ulterior da sua personalidade que irá ser construída. 





Ainda os contos de Fadas...
“...os contos de fada, longe de serem vistos como algo superado ou mero entretenimento infantil, precisam urgentemente ser redescobertos como fonte de conhecimento e de vida... Esta é a função do conto de fadas hoje. Fonte de conhecimento humano, portanto esse tesouro de conhecimento, mítico, simbólico, pleno de arquétipos, que fala do homem e de sua natureza, ao ser transposto para os dias de hoje tem que ser para o resgate do conhecimento neles contidos, além das sempre estimulantes histórias que trazem em seu interior estes conhecimentos.”

Nelly Novaes Coelho – O conto de fadas (1987).

Toda gente conhece pelo menos um conto de fadas. E quantos cresceram a ouvir a Branca de Neve e os Sete Anões, Cinderela, Chapeuzinho Vermelho, A Bela e a Fera… Estarão estas doces memórias ainda vivas na nossa mente? Sabemos, contudo, que os contos de fadas desempenham outros papéis. Eles têm sido profundamente estudados sob diversos prismas, quer do ponto de vista psicológico, educativo ou antropológico.
A fantasia dos contos de fadas é fundamental para o desenvolvimento emocional da criança. É através deles que a criança desenvolve seus sentimentos, e aprende a lidar com suas emoções.
Em A psicanálise dos contos de fadas (1976), o psicanalista austríaco Bruno Bettelheim (1903-1990) argumenta: “os psicanalistas freudianos preocupam-se em mostrar que tipo de material reprimido ou inconsciente está subjacente aos contos de fadas e como esses se relacionam com sonhos e devaneios. Já os junguianos, frisam em acréscimo que as figuras e os acontecimentos dessas histórias estão de acordo com fenômenos arquetípicos, e simbolicamente sugerem a necessidade de se atingir um estado mais elevado de autoconfiança, uma renovação interna conseguida às custas de forças inconscientes que se tornam disponíveis ao indivíduo.”
Os contos clássicos funcionam como instrumento para a descoberta e reconhecimento desses sentimentos dentro da criança, ao ver e ouvir essas histórias, a platéia dá vazão às suas próprias emoções.
Para que uma história desempenhe essa função sobre o expectador, ela deve não só entreter e despertar sua curiosidade, mas para enriquecer sua vida, deve também estimular sua imaginação, ajudá-lo a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções, estar harmonizada com suas ansiedades e aspirações; reconhecer suas dificuldades, e ao mesmo tempo sugerir soluções para os problemas que o perturbam.
Segundo a psicanálise, os significados simbólicos dos contos clássicos estão ligados aos eternos dilemas que o homem enfrenta ao longo de seu amadurecimento emocional.
É durante essa fase que surge a necessidade na criança em defender sua vontade e sua independência em relação ao poder dos pais, ou à rivalidade com colegas de escola e irmãos, os contos possuem elementos que ajudam o infante a identificar e reconhecer as emoções sentidas durante esses processos.
Lembra a psicanálise que a criança é levada a se identificar com o herói bom e belo, mas não devido a sua bondade ou beleza, mas por sentir nele a própria personificação de seus problemas infantis: seu inconsciente desejo de bondade e beleza e principalmente, sua necessidade de confiança e proteção. Pode assim liberar o medo que a inibe, enfrentando os perigos e ameaças que sente à sua volta, alcançando gradativamente o equilíbrio adulto.
Ainda que inconscientemente, as crianças recolhem o que de melhor possam aproveitar para si. Oportunamente pedem que seus pais lhes contem de novo esta ou aquela história, quando revivem sentimentos que foram trabalhados com o desenrolar da história, ampliando assim os significados apreendidos ou substituindo-os por outros mais eficientes, conforme suas necessidades do momento.
Há significados mais profundos nos contos de fadas do que os que apreendemos na vida adulta. Esse é o conteúdo subjacente ao de entreter de torna os contos de fadas tão interessantes para a criança.
É importante considerar que a maturidade não depende exclusivamente do conhecimento racional oferecido pela maioria das escolas, mas também os sentimentos e a habilidade de lidar com as próprias emoções são parte integrante fundamental da formação da criança.
Ao invés dos sólidos conceitos realistas do conteúdo pedagógico, o conto de fadas trata do que nem sempre pode ser compreendido exclusivamente em termos intelectuais despertando a percepção intuitiva.
O estudo racional, realista e intelectual se desdobrará mais eficientemente tendo como base um psiquismo maduro, nesse ponto os contos de fadas têm importância fundamental já que são a expressão clara do nosso mundo psicológico profundo e despertam sentimentos e valores intuitivos que pedem desenvolvimento assim como pede o desenvolvimento intelectual.
Freud assinala ainda que na fantasia não há tempo estabelecido e lógico. Isso significa que passado presente e futuro se misturam, a localização temporal não é relevante. O cenário das histórias é regido por leis diferentes daquela do nosso mundo cotidiano, num minuto pode-se estar no céu e noutro na terra. Num lugar assim “num tempo antes do tempo, à muitos e muitos anos, num reino muito distante” os seres também são diferentes, anões, fadas, duendes, flautas mágicas, encantos, feitiços, espelhos mágicos, como pode tudo isso existir? Não há explicação razoável para isso. A explicação é a própria história, os significados estão encerrados no próprio conto e fogem do alcance do intelecto, e por esse motivo suscitam o amadurecimento do que não concerne ao campo realista intelectual, mas sim ao universo intuitivo, emocional e psíquico.

“Para dominar os problemas psicológicos do crescimento – superar decepções narcisistas, dilemas edípicos, rivalidades fraternas, ser capaz de abandonar dependências infantis, obter um sentimento de individualidade e de auto valorização, e um sentido de obrigação moral – a criança necessita entender o que está se passando dentro de seu inconsciente. Ela pode atingir essa compreensão, e com isso a habilidade de lidar com as coisas, não através da compreensão racional da natureza e do conteúdo de seu inconsciente, mas familiarizando-se com ele através de devaneios prolongados – ruminando, reorganizando e fantasiando sobre elementos adequados da história em resposta à pressões inconscientes, o que capacita a lidar com esse conteúdo. É aqui que os contos de fadas têm um valor inigualável, conquanto oferecem novas dimensões à imaginação da criança que ela não poderia descobrir por si só. Ainda mais importante: a forma e a estrutura dos contos de fada sugerem imagens à criança com as quais ela pode estruturar seus devaneios e com eles dar melhor direção à sua vida “. (Bettelheim, Bruno – 1976 – A psicanálise dos contos de fadas





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