sexta-feira, janeiro 10

Rudolf Steiner


Assim como a criança acolhe em seu organismo anímico a estrutura da linguagem, sem usar as suas leis linguísticas de maneira racional, o jovem precisa aprender, para o cultivo de sua memória, coisas que apenas mais tarde compreenderá intelectualmente. Aprende-se mais facilmente a conceituar aquilo que nessa idade foi assimilado apenas pela memória, da mesma forma como se aprendem melhor as regras de uma língua que já se sabe falar.
Uma alegação contra alguma matéria decorada e incompreensível nada mais é do que um preconceito materialista. [...] O intelecto é uma força anímica que nasce apenas com a puberdade, e sobre a qual, por isso, não seria conveniente atuar antes dessa idade. Antes da puberdade o jovem deveria assimilar, pela memória, o acervo mental da humanidade; mais tarde, poderá conceituar o que primeiro gravou na memória. O ser humano não deve apenas memorizar o que compreendeu, mas compreender o que aprendeu, isto é, aquilo que memorizou, da mesma forma como a criança toma posse de sua língua. Isso é válido de um modo geral: primeiro vem a memorização de fatos históricos, depois sua compreensão conceitual; primeiro a gravação de fatos geográficos, depois seu inter-relacionamento, etc. Em certos aspectos, a conceituação deveria sempre haurir o que se acha armazenado na memória. Quanto mais o adolescente aprende pela memória antes de compreendê-lo conceitualmente, tanto melhor. Todavia, é oportuno lembrar expressamente que tudo isso se aplica apenas à idade aqui focalizada, e não às idades mais avançadas.
Rudolf Steiner

Fonte: GA 34 (A), pp. 30-31. [O autor refere-se ao período de 7 aos 14 anos.]






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