sábado, agosto 20

Meditação-Antroposofia

A palavra meditação vem do latim,meditare, que significa estar no meio, voltar-se para o centro, no sentido de desligar-se do mundo exterior e voltar a atenção para dentro de si.
A prática meditativa pode assumir diferentes contornos e nuances conforme a tradição cultural e espiritual da qual provenha ou na qual esteja inserida.
Poderíamos agrupar várias dessas práticas de acordo com seu caráter e finalidade. Assim podemos falar, por exemplo, de meditação para fins higiênicos; meditação religiosa; ou meditação para o auto desenvolvimento.


Mas o que significa meditar de um ponto de vista antroposófico? Ou o que queria dizer Steiner quando se referia à meditação?
No sentido da ciência espiritual, a meditação constitui um meio para elevar-nos gradativamente da habitual consciência diurna de vigília a um estado de consciência supra-sensível. Em suas formas mais simples, ela consiste em entregar-se a representações mentais bem determinadas as quais, por sua essência, exercem uma força despertadora sobre certas capacidades ocultas da alma. Tais representações mentais diferem daquelas que formamos habitualmente na consciência diurna desperta, cuja função é reproduzir objetos e fatos do mundo exterior.

As representações mentais a que nos dedicamos no ato meditativo são via de regra simbólicas, formadas pela própria energia anímica. Neste caso, o essencial não é o que é representado, mas sim que pelo modo de representação, pelo fato de ela não se basear na sensorialidade, mas ser forjada pela força interior, o anímico se liberta de qualquer dependência do físico.
No exercício meditativo, o que importa é muito menos o conteúdo, mas simplesmente o fato de a alma se concentrar o máximo possível na representação em questão, abstraindo-se inteiramente de tudo mais. Se na consciência comum nossos sentidos estão abertos captando inúmeras impressões e as representações mentais se alternam com rapidez, na disciplina espiritual se trata de concentrar-se numa representação única, colocada por livre-arbítrio no centro da consciência, formada pela própria energia anímica e durante o maior tempo possível.

Resumindo, na meditação lidamos com a imersão da alma numa representação mental que não seja a reprodução de algo percebido pelos sentidos, à qual nos dedicamos a partir da livre vontade, por um dado período de tempo.
“O que importa é reunirmos todo o nosso ser anímico a fim de concentrar sobre o conteúdo tudo o que está em nós como força mental, como força sentimental. Da mesma maneira como os músculos do braço ficarão fortes se trabalharmos com eles, as forças anímicas se fortificarão ao serem dirigidas repetidamente a um conteúdo. Se possível, tal conteúdo deveria permanecer o mesmo por um bom tempo. (...) se a pessoa continuar a se exercitar dessa maneira, chegará o dia – o grande dia, diria eu – em que encontrar-se á numa atividade anímica totalmente independente do corpo físico.”( Rudolf Steiner -Oxford , 20/08/1922)

Palestra com Ana Paula I. Cury em 20.06.2013 na SBPNL

Imagem http://www.elcervantes.com.br/2015/03/beneficios-da-meditacao-transcedental.html

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