Vivemos numa época de grandes mudanças onde paradigmas sólidos e inquestionáveis parecem se desintegrar do lado da perplexidade e desorientação que atinge mais e mais pessoas.
Também na medicina se vaticinam mudanças importantes na medida que mais e mais se percebe que a postura interna das pessoas pode contribuir decisivamente para o tipo de evolução de uma doença orgânica. Este fato, espantoso para alguns, leva mais e mais, nos principais centros médicos do mundo à procura por práticas que fortaleçam interiormente o paciente. Isto, porém, não só tem um valor curativo mas também, e principalmente, preventivo. A Antroposofia e a Medicina Antroposófica também têm a contribuir no surgimento deste novo paradigma na medicina.
“A nossa maior glória não é nunca cair, mas levantarmo-nos de cada vez que caímos.” Confúcio
Na atualidade é muito comum surgirem situações imprevistas e inéditas, em que se sucedem exigências cada vez maiores. Nestes contextos, ou se sabe sobreviver e recuperar o equilíbrio na instabilidade existente ou se sucumbe às contrariedades. Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, resiliência de carácter é a habilidade de voltar rapidamente para o seu habitual estado de saúde ou de espírito, depois de passar por dificuldades.
Boris Cyrulnik define resiliência da seguinte forma: uma pérola é o resultado da reacção da ostra à agressão de um grão de areia. Tal como a ostra tem a capacidade de transformar um áspero grão de areia em algo valioso, também o ser humano perante um acontecimento marcante e sofrido, poderá descobrir capacidades que desconhecia e revelar uma enorme força perante situações que à partida só poderiam conduzir à fraqueza. Perante um trauma ou um choque, seja ele provocado por uma catástrofe da natureza ou em consequência da violência humana, é possível que o indivíduo reaja de duas maneiras: ou se torna vítima, ficando com dificuldades de adaptação e com patologias psíquicas ou se torna resiliente. A resiliência é a capacidade de correr contra ventos e marés e de saber lidar com a adversidade.
A resiliência é como um elástico que poderá ser esticado quase até à sua rotura e uma vez ultrapassada a situação anterior, está apto para regressar à sua forma inicial. Assim a pessoa ganha segurança para ultrapassar obstáculos, procurar novas experiências, saber mais sobre si próprio e ligar-se de forma mais forte aos outros.
O conceito de resiliência teve origem na engenharia, mas tem sido explorado pela psicologia, que o define como a capacidade do indivíduo resistir às dificuldades.
Em termos de engenharia, este conceito consiste na capacidade de resistência dos materiais à adversidade. Na física, é a propriedade pela qual a energia é armazenada num corpo deformado e devolvida, quando cessa a tensão causadora duma deformação elástica. E em psicologia, este termo aparece ligado ao conceito de traumatismo psíquico e aos recursos internos que permitem ultrapassar um determinado acontecimento traumatizante (guerra, doença, morte de um familiar, agressões físicas, etc.).
Vários autores têm estudado a resiliência e todos concordam que esta é constituída por três factores:
Capacidade que permite enfrentar
adversidades de forma positiva
Capacidade que envolve ativamente
mecanismos de proteção
Faz parte de um processo evolutivo que pode ser
promovido em todas as fases do ciclo vital
Algumas das aplicações da resiliência num indivíduo são as seguintes:
Reencontrar um novo sentido para a vida, estar recetivo a novas experiências e poder atingir novos desafios
Superar as consequências decorrentes de acontecimentos traumáticos na infância ou na adolescência: lutos violentos, divórcio dos pais, doenças do próprio ou de alguém próximo, maus-tratos, etc.
Vencer dificuldades comuns do dia-a-dia: desentendimentos com amigos, familiares ou com o "chefe", uma despesa imprevista, etc.
“Resiliência e invulnerabilidade não são termos equivalentes”.
Zimmerman e Arunkumar
Poderá considerar-se a resiliência uma combinação de factores que propiciam condições para enfrentar e superar as adversidades. Este êxito irá depender dos traços da personalidade, das relações sociofamiliares e dos factores culturais do indivíduo. Para Boris Cyrulnik, a reação perante as agressões externas dependem essencialmente de três factores: aquisição de recursos interiores desde os primeiros anos de vida, a forma como o trauma é assimilado e os suportes institucionais que servem como apoio. Assim, a alegria, a empatia, a força interior e a competência social são muito importantes na construção da resiliência e adaptação a situações adversas.
Então o que explica que perante os mesmos acontecimentos, algumas pessoas consigam ultrapassá-los e outras ficam aprisionados com eles? Segundo Marie Anaut, o indivíduo resiliente concilia três características: bom desenvolvimento da auto-estima, aptidão para encontrar aspectos positivos face aos problemas e possibilidade de se apoiar em experiências pessoais, familiares ou sociais positivas. Também um bom quociente de inteligência, autonomia, eficácia, empatia, adaptação, sentido de humor, capacidade de planificação e de percecionar o próprio valor são alguns dos traços identificados em indivíduos resilientes.
Pessoas resilientes:
Usam os recursos internos para lidar com os acontecimentos negativos, sem se sentirem mal (chegar atrasado a uma reunião importante, argumentar com o chefe, etc.)
Pessoas não resilientes:
Esperam que alguém defina as regras e que lhe transmita o que fazer. Este tipo de comportamentos gera uma motivação superficial e os resultados do seu trabalho tendem a ser uma resposta às solicitações dos outros.
Poderemos converter os traumas e o sofrimento em motor de vida. A melhor altura para um indivíduo começar a ser resiliente é quando está perante uma situação difícil. As pessoas resilientes possuem algumas características:
Relações afetivas satisfatórias;
Êxito profissional;
Possuem hobbies e formas para si agradáveis de ocupar os seus tempos livres;
Cuidam bem de si próprias;
Acreditam num futuro promissor.
Na atualidade é muito comum surgirem situações imprevistas e inéditas, em que se sucedem exigências cada vez maiores. Nestes contextos, ou se sabe sobreviver e recuperar o equilíbrio na instabilidade existente ou se sucumbe às contrariedades. Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, resiliência de carácter é a habilidade de voltar rapidamente para o seu habitual estado de saúde ou de espírito, depois de passar por dificuldades.
Boris Cyrulnik define resiliência da seguinte forma: uma pérola é o resultado da reacção da ostra à agressão de um grão de areia. Tal como a ostra tem a capacidade de transformar um áspero grão de areia em algo valioso, também o ser humano perante um acontecimento marcante e sofrido, poderá descobrir capacidades que desconhecia e revelar uma enorme força perante situações que à partida só poderiam conduzir à fraqueza. Perante um trauma ou um choque, seja ele provocado por uma catástrofe da natureza ou em consequência da violência humana, é possível que o indivíduo reaja de duas maneiras: ou se torna vítima, ficando com dificuldades de adaptação e com patologias psíquicas ou se torna resiliente. A resiliência é a capacidade de correr contra ventos e marés e de saber lidar com a adversidade.
A resiliência é como um elástico que poderá ser esticado quase até à sua rotura e uma vez ultrapassada a situação anterior, está apto para regressar à sua forma inicial. Assim a pessoa ganha segurança para ultrapassar obstáculos, procurar novas experiências, saber mais sobre si próprio e ligar-se de forma mais forte aos outros.
O conceito de resiliência teve origem na engenharia, mas tem sido explorado pela psicologia, que o define como a capacidade do indivíduo resistir às dificuldades.
Em termos de engenharia, este conceito consiste na capacidade de resistência dos materiais à adversidade. Na física, é a propriedade pela qual a energia é armazenada num corpo deformado e devolvida, quando cessa a tensão causadora duma deformação elástica. E em psicologia, este termo aparece ligado ao conceito de traumatismo psíquico e aos recursos internos que permitem ultrapassar um determinado acontecimento traumatizante (guerra, doença, morte de um familiar, agressões físicas, etc.).
Vários autores têm estudado a resiliência e todos concordam que esta é constituída por três factores:
Capacidade que permite enfrentar
adversidades de forma positiva
| Capacidade que envolve ativamente
mecanismos de proteção
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Faz parte de um processo evolutivo que pode ser
promovido em todas as fases do ciclo vital
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Algumas das aplicações da resiliência num indivíduo são as seguintes:
Reencontrar um novo sentido para a vida, estar recetivo a novas experiências e poder atingir novos desafios
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Superar as consequências decorrentes de acontecimentos traumáticos na infância ou na adolescência: lutos violentos, divórcio dos pais, doenças do próprio ou de alguém próximo, maus-tratos, etc.
| Vencer dificuldades comuns do dia-a-dia: desentendimentos com amigos, familiares ou com o "chefe", uma despesa imprevista, etc. |
“Resiliência e invulnerabilidade não são termos equivalentes”.
Zimmerman e Arunkumar
Poderá considerar-se a resiliência uma combinação de factores que propiciam condições para enfrentar e superar as adversidades. Este êxito irá depender dos traços da personalidade, das relações sociofamiliares e dos factores culturais do indivíduo. Para Boris Cyrulnik, a reação perante as agressões externas dependem essencialmente de três factores: aquisição de recursos interiores desde os primeiros anos de vida, a forma como o trauma é assimilado e os suportes institucionais que servem como apoio. Assim, a alegria, a empatia, a força interior e a competência social são muito importantes na construção da resiliência e adaptação a situações adversas.
Então o que explica que perante os mesmos acontecimentos, algumas pessoas consigam ultrapassá-los e outras ficam aprisionados com eles? Segundo Marie Anaut, o indivíduo resiliente concilia três características: bom desenvolvimento da auto-estima, aptidão para encontrar aspectos positivos face aos problemas e possibilidade de se apoiar em experiências pessoais, familiares ou sociais positivas. Também um bom quociente de inteligência, autonomia, eficácia, empatia, adaptação, sentido de humor, capacidade de planificação e de percecionar o próprio valor são alguns dos traços identificados em indivíduos resilientes.
Pessoas resilientes:
Usam os recursos internos para lidar com os acontecimentos negativos, sem se sentirem mal (chegar atrasado a uma reunião importante, argumentar com o chefe, etc.)
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Pessoas não resilientes:
Esperam que alguém defina as regras e que lhe transmita o que fazer. Este tipo de comportamentos gera uma motivação superficial e os resultados do seu trabalho tendem a ser uma resposta às solicitações dos outros.
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Poderemos converter os traumas e o sofrimento em motor de vida. A melhor altura para um indivíduo começar a ser resiliente é quando está perante uma situação difícil. As pessoas resilientes possuem algumas características:
Relações afetivas satisfatórias;
Êxito profissional;
Possuem hobbies e formas para si agradáveis de ocupar os seus tempos livres;
Cuidam bem de si próprias;
Acreditam num futuro promissor.
ESTRATÉGIAS E FERRAMENTAS PARA UMA BOA RESILIÊNCIA
Aceitar: é essencial aceitar o acontecimento negativo e focar-se no que pode mudar.
Dar tempo: para existir uma cicatrização é necessário passar por uma fase de luto
Envolver-se: o apoio dos outros é muito importante. Cultive e envolva-se nas relações sociais e familiares e tente não os “contagiar” com a sua dor e frustração
Mudar de perspetiva: mude a forma de lidar com os acontecimentos marcantes, encarando o futuro como uma fase que será mais positiva. Não fuja às decisões e estabeleça objetivos
Ser positivo: a adversidade poderá contribuir para o desenvolvimento pessoal. Terá que acreditar em si e nas suas capacidades, mantendo uma atitude positiva.
Reencontrar-se: pense em si e no que realmente precisa e envolva-se em atividades que lhe darão prazer
“Ninguém jamais alcança um sucesso muito notável simplesmente a fazer o que se exige dele. É o grau de excelência do que está além do exigido que determina a grandeza. A diferença entre o ordinário e o extraordinário é o extra!”
Charles Kendall Adams
Aceitar: é essencial aceitar o acontecimento negativo e focar-se no que pode mudar.
Dar tempo: para existir uma cicatrização é necessário passar por uma fase de luto
Envolver-se: o apoio dos outros é muito importante. Cultive e envolva-se nas relações sociais e familiares e tente não os “contagiar” com a sua dor e frustração
Mudar de perspetiva: mude a forma de lidar com os acontecimentos marcantes, encarando o futuro como uma fase que será mais positiva. Não fuja às decisões e estabeleça objetivos
Ser positivo: a adversidade poderá contribuir para o desenvolvimento pessoal. Terá que acreditar em si e nas suas capacidades, mantendo uma atitude positiva.
Reencontrar-se: pense em si e no que realmente precisa e envolva-se em atividades que lhe darão prazer
“Ninguém jamais alcança um sucesso muito notável simplesmente a fazer o que se exige dele. É o grau de excelência do que está além do exigido que determina a grandeza. A diferença entre o ordinário e o extraordinário é o extra!”
Charles Kendall Adams
COMO SE TORNAR UMA PESSOA RESILIENTE?
Mentalize-se do seu projeto de vida, pois mesmo que não o possa colocar imediatamente em prática, sonhar com ele reduz a ansiedade
Desenvolva confiança em si próprio
Saiba dizer não assertivamente. Comunique de forma clara, concisa e concreta
A prática de exercício físico contribue para a sensação de ânimo e bem-estar
O lar é um ponto de apoio para a recuperação: mantenha-o em harmonia
Ampliar conhecimentos aumenta a autoconfiança. Seja otimista e proactivo
Esteja aberto a novas aprendizagens e oportunidades: entreajuda é importante
Tenha a coragem necessária para assumir riscos
Faça uma separação clara de quem você é do que você faz
Apure o seu sentido de humor
Seja criativo: quebre a rotina
Permita-se sentir dor, recuar e ser flexível quando necessário
Mentalize-se do seu projeto de vida, pois mesmo que não o possa colocar imediatamente em prática, sonhar com ele reduz a ansiedade
Desenvolva confiança em si próprio
Saiba dizer não assertivamente. Comunique de forma clara, concisa e concreta
A prática de exercício físico contribue para a sensação de ânimo e bem-estar
O lar é um ponto de apoio para a recuperação: mantenha-o em harmonia
Ampliar conhecimentos aumenta a autoconfiança. Seja otimista e proactivo
Esteja aberto a novas aprendizagens e oportunidades: entreajuda é importante
Tenha a coragem necessária para assumir riscos
Faça uma separação clara de quem você é do que você faz
Apure o seu sentido de humor
Seja criativo: quebre a rotina
Permita-se sentir dor, recuar e ser flexível quando necessário
E O QUE É A RESILIÊNCIA ORGANIZACIONAL?
É a capacidade que uma organização tem de responder de forma rápida e efectiva a uma mudança que não estava prevista. A resiliência organizacional poderá levar ao desenvolvimento das organizações que conservam estruturas clássicas e localizadas, para estruturas deslocalizadas e centradas nas pessoas, possibilitando-lhes trabalhar a qualquer hora em qualquer lugar.
Todas as organizações que tem como objectivo ter sucesso numa época de desafios, incertezas e pressões económicas, sociais e tecnológicas necessitam ser resilientes.
Uma organização resiliente possui algumas características próprias:
Flexibilidade;
Responsabilidade;
Proatividade;
Resistência ao stress;
Estrutura baseada no conhecimento;
Capacidade de adaptação;
Capacidade de recomeçar quando os resultados não são os esperados;
Rapidez na resposta a novas situações.
Autor: Cátia Pereira Garcia
Revisão: Isabel Gonçalves e Lúcia Coelho
É a capacidade que uma organização tem de responder de forma rápida e efectiva a uma mudança que não estava prevista. A resiliência organizacional poderá levar ao desenvolvimento das organizações que conservam estruturas clássicas e localizadas, para estruturas deslocalizadas e centradas nas pessoas, possibilitando-lhes trabalhar a qualquer hora em qualquer lugar.
Todas as organizações que tem como objectivo ter sucesso numa época de desafios, incertezas e pressões económicas, sociais e tecnológicas necessitam ser resilientes.
Uma organização resiliente possui algumas características próprias:
Flexibilidade;
Responsabilidade;
Proatividade;
Resistência ao stress;
Estrutura baseada no conhecimento;
Capacidade de adaptação;
Capacidade de recomeçar quando os resultados não são os esperados;
Rapidez na resposta a novas situações.
Autor: Cátia Pereira Garcia
Revisão: Isabel Gonçalves e Lúcia Coelho
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