"Se atentarmos para como criança, em essência, é um ser imitador, ela, em certa medida, é um órgão sensorial anímico que, de uma maneira corpórea-religiosa, está entregue ao ambiente que a circunda. Teremos então de atentar essencialmente para que, nesta fase da vida, portanto, até à troca de dentes, tudo atue verdadeiramente, no ambiente que a circunda, de modo que a criança possa assimilar sensorialmente e elaborar em si.
Por isso, terá também de se atentar sobretudo para que a criança, junto com aquilo de que se apossa sensorialmente a partir do seu meio ambiente, sempre se aposse, anímica e espiritualmente, da moral; de modo a já termos como que preparado, na criança que se acerca da fase da troca de dentes, em verdade tudo o que se relaciona com os mais importantes impulsos da vida.
Quando, portanto, introduzirmos a criança na escola, mais ou menos na época da troca de dentes, teremos diante de nós, não uma folha em branco, mas uma folha plena de escrita. Agora teremos de atentar, justamente nesta consideração mais pedagógica-didática que deveremos empregar, para o fato de não se poder levar à criança algo de primitivo no período entre a troca de dentes e a puberdade, mas sim, teremos de reconhecer, em tudo, os impulsos que foram introduzidos na criança em seus primeiros sete anos e como temos de dar, a estes, aquela orientação que, na vida futura, é exigida do ser humano. Por isto é tão intensamente importante que o professor e educador seja capaz de olhar de maneira sensível para todas as emoções de vida das crianças. Pois, quando ele recebe as crianças na escola, muito já esta contido nessas emoções de vida. E ele precisará, então, dirigir e conduzir essas emoções de vida; ele não poderá simplesmente propor-se a dizer: isto está certo, aquilo está errado, você deve fazer isto, você deve fazer aquilo; mas, sim, ele estará incumbido de reconhecer as crianças e de levar adiante suas emoções de vida."
Rudolf Steiner-GA 306, 4a palestra.)
Imagem: Festa da primavera Pólen Escola Waldorf
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