domingo, agosto 14

VISÃO DA ANTROPOSOFIA PARA O SIGNIFICADO OCULTO DO PERDÃO


..Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido...
Mateus 6:9-13

Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.
Mateus 5:23,24 .   Ver mais...



“Perdoar é tornar possível permanecer espiritualmente com as pessoas até que elas tenham adquirido consciência da absoluta necessidade da iniciativa espiritual individual para a evolução da humanidade. Cada pessoa tem em sua vida, mediante sua capacidade para o perdão, um modo de verificar a medida da presença e do amadurecimento do Eu Superior dentro de si.”
“Aquele que realmente conhece Deus não achará necessário perdoar a seu irmão, só precisará perdoar a si mesmo, por não haver perdoado bem antes.” – Leon Tostoi
A Antroposofia, moderna Ciência Espiritual, aborda o ato de perdoar como um caminho para os seres humanos despertarem sua atividade individual interior.
Perdoar é tornar possível permanecer espiritualmente com as pessoas e continuar perdoando-as de novo e de novo, esperando pacientemente até que elas tenham adquirido consciência da absoluta necessidade da iniciativa espiritual individual para a evolução da humanidade.
É ficar atento ao chamado interior que ressoa no mundo para todo ouvido espiritualmente aberto, no sentido de perdoar sempre de novo, mesmo nas menores coisas, o ser humano que está ao nosso lado.
O perdão é parte essencial do caminho moderno rumo ao Cristo e ao mesmo tempo, uma transformação completa do nosso próprio ser.
Uma primeira fase do perdão é desenvolver a tolerância, treinando para perceber em cada ser e em cada processo do mundo exterior, em primeiro lugar, seu lado positivo e suas qualidades. É enxergar nas pessoas aquilo que elas têm de bom. Todos temos uma essência amorosa, que muitas vezes foi encoberta pelas vicissitudes da vida, mas é uma luz que não se apaga jamais. Dado a força do egoísmo que habita constantemente no homem de resistir ao perdão de todas as maneiras possíveis, seu eu inferior está sempre inclinado ao rancor e a culpar o outro.
É necessário ampliar nosso olhar e isso só é possível mediante o desenvolvimento de um intenso pensar moral, ou seja, resgatar valores éticos adormecidos , assumir responsabilidade pelo que pensamos, sentimos e agimos no mundo, tendo uma férrea vontade para auto superação que conduz à vitória do superior sobre o inferior e portanto, perdoar.
A segunda etapa desse caminho é a natureza essencial do perdão, que nada mais é senão um ato de tolerância mais elevado, mais potencializado.
Nessa fase o perdão tem o caráter sacrifical, pois quando perdoamos verdadeiramente, não apenas decidimos , esquecer o que o outro nos fez, mas o grande sacrifício é assumir para si, voluntariamente, a obrigação de restituir ao mundo tanto bem e tanto amor, compaixão, bondade quanto foi retirado objetivamente dele pela ação má ou imoral. Esse é o verdadeiro perdão.
Então, as duas condições fundamentais para o perdão – esquecer o mal a que foi submetido e lembrar constantemente a necessidade de trazer amor e bondade ao mundo como o único meio de superar as consequências do mal no mundo – equivalem, na vida, ao Caminho dos Apóstolos, para nosso despertar espiritual.
Assim, cada pessoa tem em sua vida, mediante sua capacidade para o perdão, um modo de verificar a medida da presença e do amadurecimento do Eu Superior dentro de si.

Sugestão de leitura: O significado oculto do perdão – Sergei O. Prokofieff

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