Trabalho Biográfico — A linha do tempo da vida na visão da Antroposofia.
O Trabalho Biográfico é a retrospectiva objetiva dos principais eventos de nossa vida, onde aprendemos a discernir o que é próprio da idade e o que é acontecimento individual, fundamentais para compreender a nossa biografia como única.
Enquanto reescrevemos nossa própria história – do nascimento até a data atual – percebemos que os acontecimentos e nossas atitudes diante deles muitas vezes são repetitivos, nos impedindo de caminhar em direção ao nosso autoconhecimento.
O Trabalho Biográfico nos permite compreender esse passado para integrá-lo ao presente, norteando o futuro, com a compreensão dos fios da vida que nos conduziram até o presente momento para que assim possamos reconhecer a nossa missão humana, transformando-a em ação concreta no mundo, através da elaboração de metas.
Esta linha de atuação conta ainda com o apoio de terapias externas antroposóficas, como a euritmia, a massagem e a pintura em aquarela, num ambiente escolhido para a introspecção e cura. Leia mais...
Na Biografia Humana podemos comparar as fases de nossa vida às estações do ano: Do nascimento até os 21 anos crescemos e amadurecemos fisicamente – é a primavera. O verão corresponde dos 21 aos 42 anos, quando estamos em constante expansão e o máximo de vitalidade. Dos 42 anos 63 anos começa para nós o outono, onde os frutos amadurecem e observamos um leve declínio em nossas vidas. Chega, então, o inverno, as árvores perdem suas folhas e as sementes caem no chão, esperando uma nova primavera.
Na perspectiva do trabalho biográfico a história de vida é dividida em setênios, da seguinte forma:
1º setênio (0 a 7 anos): No momento do nascimento, somos produto hereditário de nossos pais. O primeiro setênio caracteriza-se pela troca de todas as células herdadas por células individualizadas produzidas pela própria pessoa.
2º setênio (7 a 14 anos): Emancipando-se da vida puramente corporal, as energias infantis reaparecem metamorfoseadas em boa memória, imaginação, prazer em repetições rítmicas e freqüentemente em desejos de conhecer imagens de caráter universal capazes de estimular a fantasia. O pensamento da criança desta fase é nascido mais das energias do coração do que da cabeça; é um sentimento que pensa. Este pensar é, portanto, ainda muito diferente do pensar analítico e especulativo do adulto.
3º setênio (14 a 21 anos): Nesta fase o jovem pode-se deixar arrastar pela vontade, pelo sentir ou por um querer excessivo que muitas vezes descamba para a agressividade. A aqui está a base da vida emotiva pessoal, em que a vida se torna assunto próprio e interrogação individual sobre tudo que existe.
4º setênio (21 a 28 anos): É a fase emotiva, na qual aprendemos a lidar com as emoções, testamos nossos limites e começamos a lutar pelo que queremos.
5º setênio (28 a 35 anos): Fase racional, onde conseguimos controlar mais as rédeas de nossas emoções. A razão domina os impulsos e começamos a ponderar antes de tomar decisões. Fase de estruturação da vida – crescer na carreira, casar, ter filhos, ganhar dinheiro.
6º setênio (35 a 42 anos): Fase consciente. Hora de fazer um balanço da vida para determinar o que continua e o que deve ser modificado.
7º setênio (42 a 49 anos): A prioridade é ser autentico e fazer escolhas baseadas no que realmente é importante para você.
8º setênio (49 a 56 anos): Consegue enxergar problemas de vários pontos de vista. Aceita que muitos caminhos levam a Roma e deixa os subordinados acharem o seu.
Fase intuitiva: (56 a 63 anos): A sua obra de arte já está pronta, sua vida… Mais de dois terços das obras da humanidade que resistiram ao tempo foram criadas por pessoas acima dos 60 anos.
O Trabalho conta ainda com o apoio de terapias externas antroposóficas, como a euritmia, a massagem e a pintura em aquarela, num ambiente escolhido para a introspecção e cura.
Fontes:
Tomar a Vida nas Próprias Mãos – Gudrun Burkhard
Biográficos – estudos da biografia humana – Gudrun Burkhardpor Silberto Azevedo
* Ana Maria Lucchesi – Psicóloga e Aconselhador Biográfico em formação
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