segunda-feira, julho 8

Brincando com Fios.

“No princípio foram os bordados
O verbo veio depois”.
Rubem Alves

Uma vela acesa...


No cesto, encontram-se novelos de lãs, linhas, tecidos, agulhas...

Na ciranda da alegria, as crianças manuseiam fios de lãs nas mais diversas modalidades, ouvem contos de fada e celebram a vida...

Este trabalho possibilita uma vivência brincante, além de ajudá-las a encontrar o silêncio, a criatividade, o ritmo - elementos fundamentais para o desenvolvimento harmonioso infantil.

Ao repetir o movimento das mãos, elas são conduzidas ao encontro da sensibilidade, da integração dos corpos sutis, do fortalecimento da vontade tornando-as mais centradas e com melhores condições de apreender os processos da aprendizagem em geral. A criança participa da sua própria criação (confecção de bonecas (os), brinquedos, bolsas e etc.), torna suas mãos úteis, cria livremente, exercita o equilíbrio, e educa o seu ser a relacionar-se de forma significativa consigo mesma e com o mundo.

Vivemos na era do fast-food, disk-entrega, mundo virtual, na qual muitas coisas de que precisamos nos chegam prontas. Por isso, e por outros motivos, como o uso indiscriminado da televisão e dos jogos eletrônicos, as crianças exercitam menos a habilidade de criar, imaginar e conseqüentemente, de trabalhar com as próprias mãos.

Meditemos sobre estas palavras!

Que tipo de atividades, temos sugerido a nossas crianças, alunos ou filhos? Estamos favorecendo ou impedindo o crescimento infantil?

Sabiamente, Rudolf Steiner (1861-1925), filósofo austríaco disse: “A criança precisa, não somente saber que tem mãos, mas também ser conscientizada de que tem mãos”. Esta consciência é adquirida, quando reconhecemos a manifestação genuína de nossas mãos...

Pode-se observar, inúmeros aspectos vitais para o desenvolvimento integral das crianças nestas vivências, como: maturidade física, autoconfiança, percepção do outro, flexibilidade de pensamentos, o equilíbrio dos ritmos, dentre outros aspectos. Penso, que ainda que vivamos numa sociedade obcecada pelas coisas prontas, é preciso resgatar a habilidade de criar, e dar vida à nossas próprias mãos. A criança que constrói coisas úteis com as mãos sente-se alegre, conectada com o pulsar da vida, ela expressa amorosamente o desejo de aprender, e de descobrir a sua autoria...

Sejamos colaboradores da educação da alma!

Amplie a consciência!

Escrito por Lílian de Almeida P. B. Sá
Pedagoga e Psicopedagoga
Formação em Pedagogia Waldorf, Arte-Educação e Socioterapia

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