Certa disposição fundamental da alma deve constituir o início – a trilha da veneração, da devoção diante da verdade e do conhecimento. A altura do espírito só pode ser alcançada quando se entra pelo portão da humildade. E isso não é possível através de estudos, só a vida poderá fazê-lo. O discípulo terá de procurar em sue ambiente, em suas vivências tudo aquilo que possa causar admiração e respeito. Como o Sol vivifica através de seus raios tudo que tem vida, assim a veneração vivifica todas as sensações da alma .
O prazer é apenas um meio para enobrecer-se para o mundo, é, para o discípulo, um explorador que o orienta sobre o mundo, mas após o aprendizado mediante o prazer, terá de prosseguir em direção ao trabalho ; ele não aprende afim de acumular o aprendizado como seu tesouro se sabedoria, mas, sim, para colocá-lo a serviço do mundo.
Uma das primeiras regras práticas : reserva-te momentos de calma interior, e aprende, em tais momentos, a discernir o essencial do acessório. Quem procura corretamente tais momentos de retiro, logo perceberá que, justamente através deles, estará sustentando toda a força para a sua tarefa diária. O “Homem Superior”, no homem, está em constante evolução, mas somente por meio da calma e firmeza lhe é permitida uma evolução regular. O discípulo terá de, dentro de si próprio, fazer com que nasça um novo homem, mais elevado.
A vida da alma de pensamentos que, cada vez mais se amplia para uma vida em essência espiritual denomina-se meditação – ela é um meio para a contemplação do cerne do ser,para o conhecimento superior, para a cognição supra-sensível.
É preciso que, aquele que se torna discípulo, não perca nada de suas qualidades de nobreza, bondade e sensibilidade de pessoa acessível à toda realidade física ; no decorrer do aprendizado, ele terá de constantemente aumentar sua força moral, sua candura interior, sua capacidade de observação, cuidar para que sua compaixão para com os mundos humano , animal e a com a natureza seja aumentada. Gratidão perante tudo que advém ao homem.
Deve-se aspirar, quanto à paciência, a um especial desenvolvimento ; cada impulso de impaciência tem um efeito paralisante sobre as faculdades superiores adormecidas no homem.
Dentre as características que deverão ser combatidas, tanto quanto cólera e aborrecimento, figuram pulsilanimidade, superstição, preconceitos, vaidade, ambição, curiosidade, loquacidade desnecessária, discriminações relativas a classe, sexo e raça.
Depende inteiramente da livre vontade de cada um o fato de desejar ou não trilhar o mesmo caminho. Com relação às condições para o aprendizado, não se exige um integral cumprimento, mas simplesmente o aspirar rumo ao cumprimento, o que importa é a vontade, a intenção de pôr-se a esse caminho.
É necessário dedicar atenção ao aprimoramento da saúde corpórea e espiritual. Em sentido físico, tratar-se-á antes de afastar influências nocivas do que de outra coisa. Uma doentia vida sentimental e mental desviará dos caminhos ao conhecimento superior.
Sentir-se qual um membro de toda a humanidade, perseverança no cumprimento de uma decisão uma vez tomada e elevar-se a conscientizações de que seus pensamentos e sentimentos tem tanta importância para o mundo quanto seus atos é fundamental, pois a verdadeira entidade do homem não reside no elemento exterior, mas no interior.
E com relação aos assim chamados “exercícios colaterais”, ou 6 qualidades ligadas ao desenvolvimento do sentido ligado ao coração : controle dos pensamentos, controle das ações, persistência, tolerância, imparcialidade, equanimidade.
As condições impostas visam fazer com que o discípulo se torne suficientemente fortalecido afim de corresponder às demais exigências que a vida terá de impor-lhe, pois, sem elas, não terá nos homens a confiança que se lhe fará necessária.
E é precisamente na confiança e no verdadeiro amor à humanidade que todo aspirar pela verdade terá de ser consolidado.
O Conhecimento dos Mundos Superiores
Rudolf Steiner
CONDIÇÕES PARA A DISCIPLINA ESPIRITUAL-12/04/2012
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