segunda-feira, agosto 22

O amor sensorial é...Rudolf Steiner

O amor sensorial é a origem do criativo, daquilo que está nascendo. Sem o amor sensorial, nada mais existiria de sensorial no mundo; sem o amor espiritual, nada mais haveria de espiritual na evolução. Quando praticamos o amor, quando o cultivamos, derramam-se no mundo forças germinativas, forças criadoras.
Devemos fundamentar isso com a razão. As forças criadoras tiveram de derramar-se também no mundo antes de nós e de nossa razão. Certamente, sendo egoístas, podemos eliminar do futuro as forças criadoras, mas não podemos apagar os atos de amor e as forças criadoras do passado. Aos atos de amor do passado devemos nossa existência. Assim como somos fortes devido a esse fato, também estamos fortemente endividados com o passado, e tudo o que conseguimos alguma vez produzir em amor será pagamento de dívidas por nossa existência. Podemos, então, compreender os atos de uma pessoa altamente desenvolvida, pois ela tem dívidas maiores para com o passado. É uma atitude sábia pagar as dívidas por meio de atos de amor. O impulso para o amor cresce com o evoluir de uma pessoa: somente a sabedoria não é suficiente para tal. Imaginemos da seguinte forma o significado do amor no atuar do mundo: o amor é algo que sempre aponta para dívidas existenciais do passado, e como do pagamento de dívidas nada sobra para o futuro, nós mesmos nada possuímos de nossos atos de amor. Devemos deixar nossos atos de amor no mundo, os quais ficam, então, inscritos no suceder cósmico espiritual. Nós não nos aperfeiçoamos por meio de nossos atos de amor, mas por meio de outros atos; o mundo, entretanto, torna-se mais rico mediante nossos atos de amor -- pois o amor é o elemento criador do mundo.

Fonte: GA 143, palestra de 17/12/1912,

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