A fase do 5o setênio começa com uma das grandes crises na vida, por volta dos 28 anos, onde somos reivindicados a uma emancipação da imagem que até então tínhamos de nós mesmos, da nossa própria vida, dos nossos talentos, enfim, da nossa identidade.
A sensação anterior de ser dono do mundo sofre um abalo e o que toma o seu lugar, é uma sensação de angústia, de vazio, de desconhecimento de si mesmo, e insatisfação. Sentimo-nos impotentes nesta passagem da juventude para a maturidade, de um viver mais impulsivo para um viver mais sério, responsável.
Temos a sensação de que nada que aprendemos ou fizemos, tem muito mais valor, sentimo-nos incapazes de termos idéias, e começamos a viver ao nível da alma um tipo de espelhamento, o mesmo sofrimento vivido no corpo físico enquanto adolescentes até 14 anos.
Vivemos intensamente a influência dos ritmos cósmicos, que na verdade, buscam conectar-nos e alinhar-nos com nossa real intenção pré-natal.
Temos então o 30o ano, que coincide com a passagem das forças de Saturno e nos cobra estrutura, bases, pilares, e no corpo, corresponde aos nossos ossos, o que há de mais duro no organismo humano.
Temos, logo após, o 31 ½ ano, que corresponde à metade do 63o ano de vida, marca final das atuações planetárias e zodiacais. Depois dessa idade, ficamos mais livres.
E para completar, o 33o ano, que pontua o máximo de encarnação do homem na Terra, e ano da morte de Cristo. Sentimos o sofrimento da densidade, do espírito aprisionado na matéria, da via crucis.
Em verdade, a vivência desse período é sentida como uma morte e, realmente, para podermos nos individualizar e tornarmo-nos autônomos, precisam morrer valores que não mais correspondam ao “EU” verdadeiro, para que o ego dê lugar à esta individualidade, esteja a seu serviço, evolua, se integre a ela.
O sentimento de ressurreição ocorre quando, passando pelas provações, percebemo-nos mais inteiros e vivendo de acordo com um código de leis mais próprio, uma renovação moral a partir de uma maior interiorização, uma libertação do velho e disposição para o novo.
Portanto, concretamente nesta fase podemos estar:
-tendo crises no casamento, fazendo separações ou novas uniões.
-tendo rupturas no trabalho ou vendo-o sob novas perspectivas
-buscando o isolamento
-trocando o círculo da amizades
Texto elaborado a partir das palestras de Gudrun Burkhard
Seminários Biográficos – Artemísia
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